Porto Velho, RO – O senador Marcos Rogério (PL-RO), presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, usou as redes sociais nesta quarta-feira (28) para comentar o episódio de tensão com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ocorrido no dia anterior durante audiência pública no Senado Federal. Segundo o parlamentar, a ministra teria assumido um comportamento “desrespeitoso” ao longo da sessão, tentando, segundo ele, “tomar o lugar da presidência da comissão”.
Na gravação publicada em vídeo, Marcos Rogério afirmou:
“Quando a ministra Marina esteve na comissão, eu já imaginava que ela fosse lançar mão de algum expediente dessa natureza. O que ela queria ali era ocupar o lugar do presidente da comissão.”
O senador também alegou que procurou agir com equilíbrio, mas que precisou adotar uma postura mais firme após, segundo ele, a ministra interromper senadores, inclusive quando não tinha o microfone habilitado. Ainda segundo Rogério, houve episódios de agressão: “Ela começou a bater no meu braço algumas vezes. Imagina se fosse o contrário. Num dado momento, disse que eu não me importava com ditadura, querendo me rotular como apoiador”, declarou.
A fala mais controversa do senador, “se ponha no seu lugar”, ocorreu quando Marina Silva reagiu a interrupções e afirmou: “O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa. E eu não sou.” O trecho, registrado pelas câmeras do Senado, ganhou repercussão nacional e foi criticado por organizações da sociedade civil, políticos e pelo Ministério das Mulheres, que emitiu nota classificando o episódio como “misógino”.
Em nota oficial, o ministério declarou que a ministra foi “desrespeitada e agredida como mulher e como ministra” por parlamentares e exigiu uma retratação formal. “Toda a minha solidariedade e apoio à Marina Silva, liderança política respeitada e uma referência em todo o mundo na pauta do meio ambiente”, diz o documento.
Mesmo após a repercussão, Marcos Rogério reafirmou sua posição nas redes sociais: “O episódio recente mostra como é fundamental que autoridades se coloquem no seu lugar e ajam com equilíbrio. O debate democrático exige firmeza, mas também serenidade”, escreveu.
Em outra postagem, publicada ainda na terça-feira (27), o parlamentar alegou que a ministra teria “ultraado os limites do respeito e do decoro”: “Gritou, interrompeu falas, apontou o dedo e tentou impor suas ideias na base do confronto”, escreveu ele. “Como presidente da comissão, mantive a ordem e fiz o que era necessário: desliguei o microfone e pedi respeito. Isso não tem nada a ver com gênero ou posição política. Tem a ver com civilidade.”
Até o momento, Marcos Rogério não se retratou formalmente, e a ministra Marina Silva também não divulgou novas manifestações sobre o caso. O vídeo completo da audiência está disponível nos canais oficiais do Senado Federal.
Ele escreveu:
"O episódio recente mostra como é fundamental que autoridades se coloquem no seu lugar e ajam com equilíbrio. O debate democrático exige firmeza, mas também serenidade. Enquanto isso seguimos sem soluções para nossas questões ambientais, que travam os avanços do país".
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