OPINIÃO

Senado aprova PL que garante repavimentação da BR-319 Manaus/Porto Velho

Publicada em 31/05/2025 às 11:40

PORTO VELHO (RO) - Um dos assuntos predominantes no Estado, durante a semana, além da Rondônia Rural Show Internacional (RRSI), maior mostra do gênero no Norte do País, realizada em Ji-Paraná, aberta na segunda-feira (26) e com encerramento previsto para este sábado (31), foi a participação da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, na comissão relacionada à sua pasta no Senado. Muitas críticas foram direcionadas ao senador Marcos Rogério (PL-RO), que presidia a Comissão de Meio Ambiente, por supostamente tê-la ofendido como mulher. No entanto, pouco se falou dos excessos da ministra, que, em várias ocasiões, se dirigiu ao senador com o dedo em riste, como se estivesse corrigindo um filho rebelde.

O assunto que provocou toda a polêmica na Comissão do Meio Ambiente foi a BR-319, única ligação rodoviária entre Manaus e Roraima a Porto Velho e aos demais estados do País. A estrada foi aberta e asfaltada na década de 60 e tem um trecho, chamado de “Meião”, com pouco mais de 400 dos 900 quilômetros, praticamente intransitável durante o Inverno Amazônico (chuvas diárias durante meses), que necessita de ações do Governo Federal para ser repavimentado, readequado, refeito.

A BR-319 não é importante apenas porque liga Manaus — uma das mais relevantes capitais brasileiras, onde funciona a Zona Franca — a outros estados e ao mercado internacional, com exportação de motocicletas, eletrônicos, eletrodomésticos, veículos, bicicletas, entre outros. Com a 319 intransitável, Manaus fica dependente da navegação pelo Rio Madeira e da aviação.

Em 2024, a região enfrentou uma séria crise hídrica com uma longa estiagem. O Rio Madeira teve sua navegabilidade comprometida e, durante meses, a navegação noturna foi suspensa, enquanto a diurna ficou limitada a embarcações com cargas mínimas, o que aumentou em vários dias a duração da viagem de Porto Velho a Manaus.

A população ribeirinha do Madeira, estimada em torno de 15 mil pessoas, depende do rio para o abastecimento alimentar das comunidades. Com a navegação comprometida, a única opção, além da aérea — que é difícil e limitada —, é a BR-319, que, devido à seca extrema de 2024, ficou intransitável. Agora, com o fim das chuvas, espera-se mudança nesse cenário.

Outro problema sério enfrentado pelos ribeirinhos foi a seca. Faltou água potável porque os poços existentes nas comunidades secaram, e o povo ficou dependente da chegada do líquido essencial à vida humana, que não chegava devido às péssimas condições de tráfego da BR-319. Mais de 15 mil pessoas morreram em Manaus devido à falta de gás, já que a rodovia estava intransitável e a navegação restrita, limitada, demorada e difícil.

Recentemente, os senadores aprovaram a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021), que flexibiliza as exigências ambientais em obras de interesse nacional. Os “ambientalistas” da Selva de Pedra, que se consideram “defensores da Amazônia” sem nunca terem sido picados por um carapanã da região, apoiados por “autoridades” como a Ministra das ONGs (Marina Silva), querem, de todas as formas, impedir a reabertura da BR-319, sempre com a alegação de desmatamento ilegal. Ignoram, porém, a situação das populações locais, que convivem com a natureza sem destruí-la.

Se existem predadores, que sejam punidos. Para isso, temos leis. Ou as leis só servem para punir a população ribeirinha e aqueles que vivem às margens da rodovia?

Além da pressão das ONGs internacionais e nacionais, existem os proprietários de balsas, que não querem a BR-319 em condições de tráfego — mesmo que, no verão, o transporte fique limitado em períodos de seca, como na longa estiagem de 2024, quando a navegação no Madeira foi severamente prejudicada.

Os balseiros querem que a região permaneça como nos tempos da colonização, dependente exclusivamente das balsas. Já as ONGs não estão interessadas na floresta em si, mas nas riquezas do subsolo amazônico: ouro, prata, cassiterita, nióbio, entre outros. A “defesa” ecológica promovida por esses grupos visa o subsolo amazônico, pouco importando se os moradores, pioneiros que sempre conviveram com a floresta, serão prejudicados ou expulsos, como se o mundo existisse apenas para a natureza e os animais — não para os seres humanos.

A BR-319 é uma questão de sobrevivência para a região. A proposta do senador Confúcio Moura (MDB), apresentada há anos, é que a rodovia seja transformada em Estrada-Parque — modelo já existente em várias regiões do País —, com trânsito de veículos de carga limitado de segunda a sexta-feira e os finais de semana reservados à visitação ecológica, com ações educativas sobre a importância da rodovia e da floresta no cotidiano das populações locais.

Sabemos que, para a maioria do povo brasileiro, essa convivência entre desenvolvimento e preservação é difícil. Vivemos em um país onde duas ações criminosas infelizmente prevalecem: a corrupção — infiltrada em todos os segmentos da sociedade, sem exceção — e a impunidade, pois, no Brasil, o crime, em praticamente todas as suas formas, compensa...

Quer um exemplo? O Brasil tem cerca de 12 mil obras paralisadas, sendo mais de 8 mil relacionadas à saúde e à educação, e mais de 5 mil suspensas por falta de licença ambiental.

É o BraZil...

Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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