Em julho de 2002, o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (FPMPE), do qual o Simpi era membro fundador, enfrentava um desafio urgente: a dificuldade de transição da informalidade para a formalidade no Brasil. Naquele momento, estimava-se que existiam quatro empresários informais para cada formal, cenário impulsionado por uma carga tributária elevada e complexa. Durante as reuniões do Comitê de Desburocratização do Fórum, surgiu a proposta de criar um modelo intermediário de formalização. A ideia era simples e poderosa: um sistema com mínima burocracia para abertura de empresa e recolhimento de impostos, que facilitasse a regularização de pequenos empreendedores. O conceito ganhou corpo ao longo de seis anos de trabalho conjunto com técnicos da Receita Federal. Em julho de 2008, nascia oficialmente o Microempreendedor Individual (MEI) — um nome ível e com grande apelo popular. O modelo foi um sucesso imediato em todo o país. Em 2010, o Simpi, em parceria com o Sebrae, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, conseguiu formalizar, treinar e abrir contas bancárias para mais de 12 mil novos MEIs apenas em Porto Velho (RO), incluindo a liberação de cartões de crédito. No entanto, com o crescimento do número de MEIs, vieram também os desafios. O limite de faturamento anual inicial, de R$ 36 mil, permaneceu inalterado até 2011, quando foi proposto pelas grandes organizações a elevação para R$ 42 mil. O Simpi, no entanto, já defendia um valor mínimo de R$ 72 mil, além da possibilidade de contratação de dois funcionários. O limite de apenas um empregado gerava um efeito colateral: muitos MEIs contratavam um segundo colaborador de forma informal, o que resultava em ações trabalhistas e, em muitos casos, levava o pequeno negócio à falência.