ARTIGO

Professor Nazareno, o mais polêmico do Norte, escreve - Rondônia Rural Show: riqueza?

Publicada em 02/06/2025 às 14:10

 A Rondônia Rural Show Internacional, realizada em Ji-Paraná, interior do Estado, rendeu em 2025 mais de 5,1 bilhões de reais em negócios. Muitas autoridades estaduais, como o governador Marcos Rocha e seus secretários estão com o sorriso atrás das orelhas. O otimismo com o agronegócio rondoniense encanta a todos e dá uma falsa sensação de que a bonança e a prosperidade são fatos rotineiros neste distante e incivilizado pedaço de Brasil. A Rondônia Rural Show é geralmente vista como um evento de grande sucesso, reconhecido por impulsionar a economia rondoniense, promover o agronegócio e conectar produtores, expositores e investidores. A feira é considerada um ponto de encontro para a troca de conhecimentos, de negócios e também inovação no setor. E quase meio milhão de pessoas foram prestigiar os eventos.

Em Rondônia, principalmente em sua suja e fedida capital, fala-se à boca miúda que essa “feira agropecuária” é uma plataforma de negócios que não só impulsiona a economia da região como também mostra inovação nas atividades rurais. “É Rondônia tendo reconhecimentos nacional e internacional”, falam os mais otimistas. Só que ninguém percebe que Rondônia é apenas mais uma minúscula célula de decadência e atraso na já caótica realidade nacional. A produção de riquezas por aqui equivale a apenas 0,7 por cento do PIB do Brasil. Pobreza e miséria são constantes num dos estados mais caóticos do país. A devastação ambiental se tornou rotina todos os anos na época do verão amazônico. O ano ado, a natureza estadual pagou caro com tanto fogo e queimadas, já que o agronegócio não poupou nem as frágeis reservas ambientais.

Em 2025, as previsões de devastação ambiental em Rondônia e, por conseguinte, em toda a Amazônia Legal são assustadoras. Possivelmente a partir de julho próximo o fogo, sempre capitaneado pelo agronegócio assassino, é que dará as cartas na região. Então, produzir tantas commodities para quê? A fome, a violência, a pobreza e a miséria caminham lado a lado com as grandes plantações e assim castigam muitos rondonienses como na lendária música de Geraldo Vandré. Porto Velho, a capital do Estado, é um caos só. A cidade foi classificada na semana ada pela CNN como a pior dentre as 27 capitais para se viver. A cidade não tem IDH, não tem saneamento básico, não tem água tratada e também não tem sequer um hospital de pronto-socorro decente para atender aos seus sofridos habitantes. E Rondônia sofre com o descaso dos seus políticos.

Então, para onde vai tanto dinheiro da Rondônia Rural Show se não é investido um único centavo na melhoria da população carente desse Estado? Parece que toda essa grana sequer é gasta nas nossas cidades. Em Porto Velho, por exemplo, o comércio local está praticamente falido e o que mais se veem são lojas fechadas e muitos prédios para se alugar. A pior capital do Brasil para se viver já virou sinônimo de terra arrasada faz tempo e ninguém faz absolutamente nada para melhorar. A cidade, que tinha quase 600 mil habitantes há alguns anos, hoje não chega sequer a 500 mil moradores. Muita gente foi embora daqui à procura de novas oportunidades e de qualidade de vida. Mas a classe política continua otimista e já pensando em sua eleição e também reeleição no próximo ano. Não adianta vê a mídia endeusando essas “feiras matutas” se parte do dinheiro não ficar aqui. Então, vamos à Rondônia Rural Show Internacional em 2027?

*Foi Professor em Porto Velho.

Fonte: Professor Nazareno

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