
Publicada em 31/05/2025 às 09h44
Documento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e obtido pela agência de notícias Reuters, revela que o Irã manteve operações nucleares ocultas em seu território e ampliou o seu programa nuclear.
Segundo o relatório enviado a um conselho de 35 Estados-membros, o estoque de urânio enriquecido do Irã subiu 953.2 kg desde a última atualização, totalizando 9.247 kg. Já o urânio enriquecido com pureza superior a 60% cresceu de 133.8 kg para 408.6 kg.
☢️Material para nove bomba nucleares. De acordo com a definição da própria agência nuclear, bastam 42 kg de urânio enriquecido com pureza superior a 60% para produzir uma bomba nuclear. Isso significa que, em tese, o Irã poderia produzir até 9 bombas com o material enriquecido -- em dezembro de 2024, o número era de 4.
Embora muitas das descobertas se refiram a atividades que datam de décadas atrás e já tenham sido mencionadas anteriormente, as conclusões do relatório da AIEA desta vez foram mais definitivas.
O documento resumiu os acontecimentos dos últimos anos e apontou de forma mais clara para atividades secretas e coordenadas — algumas delas relevantes para a produção de armas nucleares.
O relatório também deixou claro que a cooperação do Irã com a AIEA continua sendo “insatisfatória” em “diversos aspectos”. A agência ainda busca explicações para os vestígios de urânio encontrados há anos em dois dos quatro locais que vem investigando. Três desses locais abrigaram experimentos secretos, segundo a AIEA.
A agência concluiu que ao menos três locais, e outros possíveis locais relacionados, faziam parte de um programa nuclear estruturado e não declarado conduzido pelo Irã até o início dos anos 2000 e que algumas atividades utilizaram material nuclear não declarado.
O chefe da agência, Rafael Grossi, fez um pedido às autoridades iranianas para cooperar com os esforços de inspeção da AIEA.
