
Publicada em 11/06/2025 às 11h12
O influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, e seu suposto sócio, Anderson Boneti, foram condenados nesta terça-feira (10) a 11 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, por estelionato. A sentença, proferida pela juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas (RS), se refere a golpes aplicados contra 16 vítimas na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, por meio da loja virtual “TADIZUERA”. Com informações do site O Dia.
Segundo a magistrada, a dupla montou um esquema “meticulosamente organizado” para enganar consumidores oferecendo produtos como iPhones, televisores e aparelhos de ar-condicionado a preços abaixo do mercado — sem, no entanto, realizar as entregas ou devolver o valor pago. A loja teria movimentado mais de R$ 5 milhões entre março e julho de 2021, com todos os recursos sendo imediatamente transferidos para outros destinos, sem rastreabilidade clara.
Na decisão, a juíza destacou o uso da imagem pública de Nego Di como fator que retardou a percepção do golpe por parte das vítimas, ampliando o alcance da fraude. O influenciador chegou a ser preso em julho de 2024, mas atualmente responde em liberdade graças a um habeas corpus. Já Anderson Boneti permanece em prisão preventiva e não poderá recorrer em liberdade.
Defesa nega vínculo e fala em perseguição
Em nota, a defesa de Nego Di afirmou que ele nunca foi sócio de Boneti, nem participou da istração da TADIZUERA. Segundo a advogada Camila Kersch, a imagem do humorista foi usada apenas para divulgar o projeto, e ele teria confiado nas informações fornecidas pelo outro envolvido. A defesa também contesta o número de vítimas citado na sentença, alegando que o processo julgado envolve apenas 18 pessoas, e não mais de 300 como divulgado pelo Tribunal de Justiça do RS.
Outro ponto levantado pela defesa é a suposta parcialidade no processo. De acordo com a nota, mesmo com descrições diferentes de conduta entre os réus, ambos receberam a mesma pena, o que violaria o princípio da individualização da pena. A defesa ainda sugere que a condenação teria motivação política, em retaliação às críticas feitas por Nego Di ao governo estadual durante as enchentes de 2024.
O advogado de Nego Di anunciou que irá recorrer da sentença e demonstrou confiança na reversão do caso nas instâncias superiores.